Com mais de 20 anos dedicados à educação e à organização sindical, Araceli Lemos saiu do interior do Pará para se dedicar a luta por políticas públicas que garantam melhorias de vida a toda população.
Nessa trajetória foi eleita por duas vezes deputada estadual, sempre uma das mais votadas e já no primeiro mandato foi aclamada como a que desenvolveu o melhor desempenho na Assembleia Legislativa segundo o Observatório da Cidadania, análise à luz dos movimentos sociais e Ongs representados pelo Fórum da Amazônia Oriental.
Para apresentar melhor nossa candidata e ajudar no bom debate, esclarecendo sobre sua história, bandeiras de luta e plataforma de campanha, vamos nos próximos dias contar um pouco dessa história a partir de uma grande entrevista, para mostrar que Araceli é escolha certa para ocupar uma vaga no legislativo pelos próximos quatro anos e honrará esse compromisso sendo nossa voz na Alepa.
O ingresso na militância sindical
Blog: A senhora tem décadas como professora e uma longa história de militância no movimento sindical. Como foi que uma mulher do interior do Pará chegou à direção de um dos mais fortes sindicatos do Pará, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp)?
Araceli: Iniciei minha vida profissional no magistério por entender que o professor tem um papel essencial na formação do cidadão e com isso, na transformação social. Mas ao viver esse dia a dia como professora percebi eram gritantes a falta de estrutura, os salários muito aquém daquilo que é o ideal para que educadores e educadoras possam desenvolver suas atividades com dignidade, além da ausência de uma política pública séria para a educação. Toda essa constatação e a indignação nascida a partir dela, me levou ao movimento sindical.
Blog: Sua história de militância é ligada a história do Sintepp, fale um pouco dessa relação?
Araceli: Em meados dos anos 80, por meio dessa luta pela organização dos professores, ajudei a fundar o Sintepp em Castanhal. Relembrando essa história, vejo que imediatamente ao ingresso da carreira do magistério, iniciei a militância no movimento sindical.
Em seguida a essa experiência local, com a subsede de Castanhal, cheguei à coordenação geral do Sindicato, um dos meus grandes orgulhos. Pois o Sintepp tem feito grandes debates sobre a questão da educação, a nível estadual, federal.
E nesse ponto, não posso deixar de manifestar mais uma vez minha alegria em fazer parte dessa história e da vitória do fortalecimento da categoria pois, estamos presentes em mais de 120 dos 143 municípios do Pará.
Blog: Como a senhora analisa a importância do Sintepp para o Pará?
Araceli: Por meio do Sintepp podemos fazer e estimular o debate, mas também nos organizarmos para o enfrentamento, sobretudo sobre a aplicação dos investimentos em educação, um assunto tão merecedor de visibilidade. Anteriormente o debate recaia sobre o Fundef , e hoje o Fundeb. Essa é uma grande lacuna em nosso estado, pois não há a devida aplicação desses recursos e o resultado é que nossos índices de educação são baixíssimos.
Blog: Nesses 20 anos de militância, o que mudou na educação?
Araceli: Um grande nó na educação do Brasil e do Pará ainda é a questão do financiamento. Naturalmente, que muitas décadas de luta geraram algumas vitórias, como por exemplo, o piso salarial. Havia um tempo em que o piso salarial não existia e os prefeitos pagavam o que queriam. Foi uma luta enorme garantir um salário minimamente dentro daquilo que a legislação federal sugere. Se é verdade que essa organização deu alguns frutos, é verdade também que esses frutos são consequência de muita luta dos educadores brasileiros, reunidos em fóruns estaduais, federais, como os congressos nacionais de educação. Eu penso que o número de alunos hoje na escola é um avanço, a presença do número de alunos do ensino fundamental é consideravelmente maior do que era há 20 anos, mas a qualidade da educação não é melhor do que há duas décadas.
Blog: Quais as novas bandeiras a partir dessas vitórias na educação?
Araceli: Se antes nossa luta era garantir a presença de crianças e adolescentes nas escolas, hoje, incorporada a essa luta, precisamos garantir urgentemente a qualidade para essa educação, como também o piso salarial digno para os educadores, pois esse ainda é um deficit enorme.
Foi aprovado nacionalmente o piso de R$ 950,00, inicialmente, com 40 horas semanais.
O piso tem que garantir a permanecia e saída para uma aposentadoria digna. Quanto ao Fundeb ouve mudanças, mas não se aumentou os valores percentuais para o investimento na educação.
Blog: E como a senhora avalia a educação no Pará.
Araceli: Se a educação no Brasil sofre por causa do financiamento insuficiente, no Pará a situação é bem pior. Essa afirmação se reflete em dados nacionais e que recentemente ocuparam destaque nos maiores jornais locais e até nacionais. O Pará figura no ranking nacional como o pior quando se trata do desempenho do ensino fundamental e o segundo pior, no caso do ensino médio. É impressionante como nossas autoridades e o governo, tando o anterior como o atual, não veem esse tema como a raiz de um problema que nos leva a outra questão muito importante, que é o aumento da violência e a incidência de jovens como vítimas e autores da violência.
Então temos um problema sério, pois enquanto nossos jovens não tiverem espaços adequados na escolas, não estiverem se profissionalizando, com espaços de esporte arte e lazer, vamos continuar vivendo essa situação que considero barbárie, nosso jovens vítimas e autores da violência.
Sem investimentos sérios em educação, não conseguiremos a garantia de políticas públicas para nossas crianças e nossos jovens.
CONHEÇA AGORA AS PROPOSTAS DE ARACELI LEMOS, 50501, PARA A EDUCAÇÃO:
Educação pública de qualidade. Expansão da Educação Infantil (Pré-Escola) para atender todas as crianças de 3 a 5 anos. Melhoria da qualidade do ensino fundamental, contra a municipalização irresponsável das escolas estaduais. Elevação do número de vagas e escolas do ensino médio em todos os municípios. Implantação de novos campus e novos cursos da UEPA em todas as regiões. Implantação de Planos de Carreira e Salários dos trabalhadores em educação do ensino básico e ensino superior, nas esferas federal, estadual e municipal.